HOMOLOGAÇÃO

Dados do Caso

Sistema Musculoesquelético

Radiologia Pediátrica

FIBROMATOSIS COLLI EM RECÉM-NASCIDO

349
Ensino
Tipo Caso 1
  • Mariana Ramos Scolari - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
  • Paulo de Tarso Kawakami Perez - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
  • Adham de Castro Amaral - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
Lucas Ribeiro de Medeiros - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
Email: lucasrdmedeiros@gmail.com
25/08/2022
09/04/2023
Masculino , 0 anos
Músculos do Pescoço, Recém-Nascido, Torcicolo
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Resumo

Recém-nascido de 2 meses com abaulamento cervical doloroso à direita, notado pela sua mãe. Não havia história de febre ou infecções recentes. O paciente nasceu de trabalho de parto prolongado com 41 semanas de gestação. Ao exame físico, havia rotação fixa da cabeça para a direita e uma massa palpável na região do músculo esternocleidomastoideo direito.

Histórico Clínico

Recém-nascido de 2 meses com abaulamento cervical doloroso à direita, notado pela sua mãe. Não havia história de febre ou infecções recentes. O paciente nasceu de trabalho de parto prolongado com 41 semanas de gestação. Ao exame físico, havia rotação fixa da cabeça para a direita e uma massa palpável na região do músculo esternocleidomastoideo direito. O estudo ultrassonográfico revelou em espessamento focal do músculo esternocleidomastoideo direito. Os achados clínicos/radiológicos são compatíveis com fibromatosis colli. O caso foi conduzido de forma conservadora com fisioterapia, apresentando resolução completa após cerca de 6 meses.

Achados Radiológicos

Ao estudo ultrassonográfico, foi evidenciado um espessamento focal, hiperecogênico, com discreto halo hipoecogênico, localizado no músculo esternocleidomastoideo direito, apresentando vascularização esparsa de alta resistência ao estudo Doppler. Não foram evidenciadas linfonodomegalias cervicais.

Discussão

Fibromatosis colli é uma condição benigna incomum que se apresenta como uma massa cervical em recém-nascidos e crianças, em associação com o músculo esternocleidomastóideo [1, 2]. Tipicamente, surge entre duas e quatro semanas após o nascimento [1,2,3] e, ao exame físico, se apresenta como uma massa endurecida na região cervical. Geralmente é unilateral, mais frequente à direita (73%), mas pode ser bilateral [1,3,4,5]. A maioria dos casos tem associação com partos difíceis [1,2,3,4,5], entretanto, o trauma não pode ser considerado a única causa, dada a existência de torcicolo intrauterino [2,5]. Quando essa condição não é adequadamente reconhecida, há risco de biópsia por agulha, biópsia aberta e ressecção do músculo esternocleidomastoideo [2]. A evolução típica é benigna, com resolução em 4 a 8 meses [1,2,4].

Lista de Diferenciais

  • Adenopatia cervical
  • Teratoma cervical
  • Anomalias de fenda branquial
  • Malformação linfática

Diagnóstico

  • Fibromatosis colli

Aprendizado

Fibromatosis colli é uma condição benigna e incomum, a qual deve ser prontamente reconhecida, visto que a não consideração dessa hipótese diagnóstica pode levar a procedimentos invasivos desnecessários, como biópsias e até ressecção do músculo esternocleidomastoideo.

Referências

  • Bansal AG, Oudsema R, Masseaux JA, Rosenberg HK US of Pediatric Superficial Masses of the Head and Neck. Radiographics 2018;38 (4):1239-63.
  • Ablin DS, Jain K, Howell L, West DC. Ultrasound and MR imaging of fibromatosis colli (sternomastoid tumor of infancy). Pediatr Radiol 1998; 28: 230-233.
  • Robbin MR, Murphey MD, Temple T, Kransdorf MJ, Choi JJ. Imaging of musculoskeletal fibromatosis. Radiographics 2001; 21 (3): 585-600.
  • Murphey M, Ruble CM, Tyszko SM, Zbojniewicz AM, Potter BK, Miettinen M. Musculoskeletal fibromatoses: radiologic-pathologic correlation. Radiographics 2009; 29 (7): 2143-76.
  • Penny SM. Sonographic diagnosis of fibromatosis colli. JDMS 2006; 22 (6): 399-402.

Informações do Caso

: http://bradcasesold.brad.org.br/pt/Cases/CaseDetails/349
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Imagens

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Ultrassom transverso do pescoço, revelando um espessamento focal bem delimitado do músculo esternocleidomastoideo direito, com discreta heterogeneidade.

Ultrassom oblíquo do pescoço, comparando o tamanho, ecogenicidade e ecotextura dos músculos esternocleidomastoideos direito e esquerdo.

Ultrassom transverso do pescoço com Doppler colorido, revelando a vascularização esparsa no segmento espessado do músculo esternocleidomastoideo direito. É possível notar algumas fibras preservadas do segmento muscular normal em continuidade com o segmento espessado.

Ultrassom transverso do pescoço com Doppler colorido, mostrando a relação do segmento espessado do músculo esternocleidomastoideo direito com os vasos cervicais.

Ultrassom transverso do pescoço com Doppler triplex, mostrando a esparsa vascularização, com índice de resistência aumentado, no espessamento focal do músculo esternocleidomastoideo direito.

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